A condensação ocorre quando o ar úmido entra em contato com uma superfície fria, cuja temperatura está abaixo do ponto de orvalho do ambiente. Esse fenômeno, comum em sistemas de climatização, pode causar problemas como formação de gotículas, mofo e corrosão. No entanto, com um sistema inteligente de automação, é possível controlar e evitar a condensação de forma eficiente.

Neste artigo, explicamos como o fenômeno pode ser submetido ao controle de sistemas automatizados, utilizando um exemplo prático de sala climatizada.

Entendendo a condensação e o ponto de orvalho

O ponto de orvalho é a temperatura na qual o ar atinge a saturação e o vapor d’água começa a se condensar. Se a temperatura de uma superfície no ambiente for menor que o ponto de orvalho, a condensação ocorrerá.

Por exemplo:

• Sala a 24°C com 45% de umidade relativa (UR).
• Ponto de orvalho calculado: 11,4°C.

Se uma superfície no ambiente estiver com temperatura inferior a 11,4°C, haverá condensação.

Variáreis do sistema de controle da condensação

No sistema exemplificado, a água fria alimenta placas radiantes, removendo calor sensível do ambiente. Aqui estão os principais parâmetros:

• Temperatura da água nas placas radiantes: Entra a 12°C e retorna a 14°C.
• Temperatura do ponto de orvalho: 11,4°C.
• Conclusão: Como 12°C > 11,4°C, não há condensação.A regra é: A temperatura da superfície deve ser maior que o ponto de orvalho para evitar condensação

Cenário com mudança de condições ambientais 

Se uma janela for aberta em um dia chuvoso, a umidade relativa da sala pode aumentar, elevando o ponto de orvalho para 12,5°C. Nesse caso:

1. Monitoramento em tempo real:
   Sensores detectam a elevação do ponto de orvalho.
2. Ação do sistema de automação:
   • A válvula de três vias ativa o by-pass no trocador de calor.
   • A água que entra nas placas radiantes sobe de 12°C para 14°C, retornando a 16°C.
3. Resultado:
   • Não há condensação, pois a temperatura das placas permanece acima do novo ponto de orvalho.
   • Embora a remoção de calor seja reduzida, o ambiente permanece funcional sem riscos de umidade excessiva.
     

Restaurando as condições ideais 

Após fechar a janela, o fan coil dessecante reduz a umidade do ambiente, retornando o ponto de orvalho para 11,4°C. Com isso:

• O sistema de automação reajusta o fluxo no trocador de calor.
• A temperatura da água retorna aos valores de projeto (12°C entrando, 14°C saindo).
• O controle térmico é restaurado sem risco de condensação.

Conclusão

Este exemplo demonstra como sistemas inteligentes de automação podem submeter o fenômeno da condensação ao controle eficiente. Com sensores de temperatura, umidade e ponto de orvalho, além de válvulas de controle e trocadores de calor, é possível manter o ambiente estável mesmo diante de alterações externas.

O monitoramento contínuo e as respostas automatizadas garantem que a condensação não comprometa o funcionamento do sistema, mantendo o conforto térmico e a integridade dos equipamentos.